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Review | Moto G6

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A família Moto G é uma das mais bem sucedidas e queridas da história da telefonia móvel. Apareceu como uma forma de mudar o jogo no mercado de smartphones, mostrando de forma definitiva que é possível obter um bom desempenho para as tarefas diárias, com uma relação custo-benefício mais que satisfatória.

A fórmula deu muito certo, a ponto de praticamente todos os fabricantes adotarem a mesma estratégia. Isso fez com que o mercado de linha média ganhasse relevância de forma definitiva, com uma competição que beneficiou a todos.

Agora, temos o Moto G na sua sexta geração, com um Moto G6 que, apesar de se distanciar um pouco de sua premissa original, evoluiu a ponto de oferecer várias características que inicialmente só estariam presentes nos dispositivos top de linha. E, depois de testar o produto, temos a certeza que o DNA do Moto G original ainda se faz presente, em alguns detalhes pontuais.

Vamos descobrir nesse review se a relação custo-benefício ainda se paga, levando em consideração os seus concorrentes diretos, e se a alma Moto G atual pode agradar os seus exigentes e devotados fãs.

 

 

Review em Vídeo

 

 

 

 

Características Físicas

 

 

O Moto G6 reflete a necessidade atual dos fabricantes em apostar na estética mais elaborada para conquistar o consumidor. Por isso, o modelo abandona o plástico fosco das gerações anteriores e o acabamento metálico adotado em algumas séries do Moto G5 para oferecer um acabamento de vidro envolvendo a estrutura metálica do smartphone.

Isso resulta em um modelo mais elegante, mas mais propenso às marcas de dedo. Mas entendo que quem possui um dispositivo com tal acabamento já está acostumado a isso. É um design que particularmente me agrada. É um dispositivo elegante e vistoso.

Além disso, o Moto G6 é um smartphone com agarre muito agradável, pois temos um dispositivo com tela de 5.7 polegadas, em um corpo ligeiramente maior que um dispositivo de 5.5 polegadas. Entrega mais tela (apesar de contar com bordas de tela relativamente generosas) com uma ergonomia bem ajustada.

Uma sábia decisão da Motorola é oferecer no kit de venda um case de silicone para proteger esse dispositivo desde o primeiro segundo de uso. Não apenas porque o vidro desse acabamento é mais propenso a riscos, mas também para diminuir as chances de usuários desastrados danificarem o smartphone em caso de quedas ou acidentes.

 

 

Outro sinal de ergonomia bem ajustada é que o uso do leitor de digitais na parte frontal não é forçada. Ele sempre estará acessível para o seu polegar direito ou esquerdo.

 

 

Agora, se tem algo que realmente não me agrada é essa saliência na parte traseira, na região dos sensores fotográficos. Tudo bem, o case de silicone nivela tudo e “elimina” essa deformidade. Mas alguma coisa muito séria deve impedir a Motorola de deixar esses sensores no mesmo nível de relevo do dispositivo. É uma escolha da Lenovo deixar o dispositivo assim. E é uma questão de gosto seu você achar isso um problema ou não.

Eu, particularmente, acho isso um problema.

No final das contas, o Moto G6 é um dispositivo que me agrada no design e na sua construção. Me agrada a posição dos botões de volume e liga/desliga na mesma lateral (direita), e em colocar uma porta USB Type-C e a saída de áudio 3.5 mm em perfeita harmonia, algo que alguns fabricantes simplesmente não querem entender que isso é possível.

 

Tela

 

 

O Moto G6 conta com uma tela de 5.7 polegadas, com resolução Full HD+ (2160 x 1080 pixels, 18:9), com densidade de 424 pixels por polegada e 16 milhões de cores. A Motorola enfatiza que essa tela conta com a tecnologia Max Vision, que nada mais é do que a sua forma de dizer que é uma tela adaptada para os formatos multimídia mais presentes hoje na TV e no cinema.

Traduzindo os números na experiência prática, temos uma tela de boa qualidade, com excelente reprodução de cores, muito responsiva ao toque e com boa qualidade de brilho. Você consegue ver bem os elementos da tela, mesmo quando utiliza o dispositivo em dias de sol forte. O sensor de luminosidade trabalha a favor da tela, transitando bem em diferentes ambientes.

Um dos trunfos dos smartphones da Motorola é contar com os recursos inteligentes, e um deles é o Moto Tela, que continua entregando resultados muito interessantes para um uso diário. Não ter que ligar a tela o tempo todo para ver as horas já é uma vitória, sem falar nas demais informações de sistema e notificações de eventos, mensagens e chamadas.

 

 

Hardware, Software e Experiência de Uso

 

 

O Moto G6 conta com um processador Qualcomm Snapdragon 450 octa-core de 1.8 GHz, trabalhando com uma GPU Adreno 506. O modelo liberado para testes pela assessoria de imprensa da Motorola conta com 3 GB de RAM e 32 GB de armazenamento (25 GB disponíveis para o usuário), expansíveis via microSD.

Aqui, a escolha da Motorola foi pensando na melhor relação custo-benefício possível, e isso vai afetar de forma decisiva na experiência de uso para atividades específicas. Em linhas gerais, o Moto G6 tem um bom desempenho para as tarefas mais básicas (ou seja, navegação na internet, acesso à redes sociais e comunicadores instantâneos, envio e recebimento de e-mails, reprodução de conteúdos por streaming, etc).

Quando utilizamos o dispositivo para tarefas mais elaboradas (gravação de vídeos, jogos, reprodução de vídeos em alta resolução, etc), é possível sentir os efeitos em contar com um processador que, na escala hierárquica da Qualcomm, está no terceiro nível entre as famílias de chips da empresa. Lembrando que, em um futuro a médio prazo, a família Snapdragon 400 será migrada para os dispositivos de entrada, em substituição à linha Snapdragon 200.

Além disso, para quem pensa em atualizações do Android a longo prazo, essa escolha pelo Snapdragon 450 pode ser um problema. A Motorola garantiu pelo menos uma atualização para o Android P para alguns modelos da linha Moto G6, e outras séries sequer serão atualizadas. E um dos motivos é a escolha pelo processador.

O que ajuda a equilibrar a equação a favor do Moto G6 no quesito desempenho é a adoção por um Android (quase) puro. As poucas modificações são bem vindas, e não comprometem no desempenho para o uso mais básico ou que envolve as necessidades mais comuns entre os usuários.

Porém, o problema é mais sentido quando rodamos os jogos com gráficos mais elaborados. É possível rodar os jogos, mas não de forma plenamente fluída. Se você tem como uma das prioridades rodar jogos de todos os tipos no Moto G6, saiba que nos games mais básicos ou com gráficos simples, ele vai bem. Mas em jogos mais elaborados ele não é a melhor opção. Reveja sua escolha e procure um smartphone que conte (pelo menos) com um processador da família Snapdragon 600, de preferência nos modelos 630 e/ou 660.

Vale aqui fazer o destaque para o leitor de digitais na parte frontal. O recurso funciona muito bem, com um bom tempo de resposta e um desbloqueio com poucos erros ou pedidos de segunda tentativa. É um recurso mais que necessário nos dias de hoje, e que funciona muito bem em um dispositivo de linha média como esse.

 

Câmera

 

 

O Moto G6 conta com um conjunto de câmera traseira dupla de 12MP + 5MP (f/1.8 + f/2.2), e câmera frontal de 8 MP (f/2.2). Uma das novidades para a câmera traseira é o recurso Google Lens, que identifica objetos e textos pela câmera para interação e pesquisa na internet com a ajuda da inteligência artificial. É um recurso que dá um outro foco para o uso da câmera, e é algo que pode agradar aos usuários que procuram itens mais elaborados no smartphone.

A câmera dupla traseira do Moto G6 não faz feio nas fotos. Entrega um bom contraste e cores bem equilibradas, sem carregar demais nos tons quentes, além de entregar uma definição aceitável, levando em consideração as características de hardware dos sensores.

 

 

Nas fotos noturnas, tudo dentro do esperado. Uma certa dose de ruído nas imagens capturadas com luz artificial, além de um foco menos eficiente. Posso dizer que foi tudo dentro do esperado, mas que a Motorola melhorou um bocado nesse aspecto em comparação com o Moto G5.

 

 

A câmera frontal entrega resultados um pouco mais modestos, mas relativamente eficientes. Não podemos pedir muito mais do que isso em um dispositivo de sua categoria, mas ao meu ver entrega resultados de fotos um pouco melhores do que alguns de seus concorrentes diretos.

 

 

Na parte de vídeos, sentimos mais uma vez os efeitos da escolha de hardware feita pela Motorola. Apesar dos microfones funcionarem muito bem (capturando o áudio em estéreo, com ótima redução de ruído), é possível sentir os engasgos e lags no arquivo final de vídeo. O que é uma pena, pois a câmera traseira dupla do Moto G6 conta com um bom sistema de estabilização. Quem sabe a Motorola corrige isso em uma futura atualização de software. Os mesmos resultados podem ser observados nos vídeos registrados pela câmera frontal.

Para ser bem justo: eu gostei dos resultados em vídeo com o Moto G6, mas tenho a sensação que esses resultados poderiam ser melhores se o hardware escolhido fosse um pouco mais parrudo.

 

 

Bateria e Armazenamento

 

O Moto G6 possui uma bateria de 3.000 mAh, que se beneficia do recurso de recarga rápida com a porta USB Type-C e o carregador Turbo Power.

Aqui, o smartphone cumpre o esperado, ou seja, consegue entregar uma autonomia de um dia de uso moderado. Se você forçar um pouco mais, consumindo mais recursos de hardware com vídeos em alta definição ou jogos (duas atividades que deixam a tela mais tempo ligada e exigem mais de processador e memória) a bateria vai ter um consumo maior, algo que é natural para essas características. Mesmo assim, o recurso de recarga rápida vai salvar a sua vida na hora do sufoco.

Na parte de armazenamento, os 25 GB disponíveis para o usuário (dentro dos 32 GB do modelo enviado para testes) são suficientes para a maioria dos usuários que buscam um dispositivo para atender as necessidades mais básicas. É claro que o ideal para mim seriam os 64 GB de armazenamento (com 4 GB de RAM), mas a opção mais básica atende bem.

 

 

Conclusão

O Moto G6 está aprovado. Apresenta evoluções consistentes em relação ao Moto G5, como uma câmera dupla melhor resolvida e trabalhando com recursos de inteligência artificial e o Google Lens, a chegada da porta USB Type-C (com a saída de áudio 3.5 mm, diferente de outros fabricantes), um acabamento mais premium e um design bem agradável.

É um dispositivo recomendado para quem já é fã de carteirinha da linha Moto G, ou para quem quer um Android (quase) puro com as funcionalidades inteligentes da Motorola. Seu preço de R$ 1.299 (no momento de seu lançamento) tende a cair consideravelmente com o passar do tempo, o que deve fazer desse modelo uma das mais interessantes relações custo-benefício entre os smartphones Android de linha média do mercado.

O único senão é o seu processador Snapdragon 450, que pode ser insuficiente para algumas tarefas mais exigentes. E, pensando a longo prazo, as atualizações poderão ser escassas para o dispositivo.

Mas se você pensa em trocar de smartphone daqui a dois anos, pode ser uma boa escolha nesse momento.


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